15-04-783 Noite Parte III

Nós entramos no corredor escavado na parede, ele até que foi um pouco comprido, e sinceramente eu gostaria que não houvesse fim, não por medo já que eu não sinto isso, mas pelo fato de que o que nós vimos, foi algo descomunal.

A sala estava toda ensanguentada, era o sangue do Goblin que eu vi entrando ainda a pouco, e no centro dela havia uma Quimera gigante. Eu já havia lido sobre isso antes, em nossa biblioteca, mas os livros não se comparam com esta besta.

O Monstro, tinha a forma de um Urso, mas ele era bem maior que um. Possuía duas cabeças, sendo que uma delas tinha características humanas, ela e seu terceiro braço, um que além de não ser do corpo original do bicho, segurava uma espada. Por causa dos meus dons de Ferreiro pude observar que ela era bem antiga e possuía uma aura elétrica envolta. A cabeça "Humana" do monstro, era disforme, e contorcida, o braço tinha as mesmas características na junção entre o corpo e ele.

Os Elfos se mantiveram firmes ao verem a coisa, mas a Feiticeira voltou correndo por onde viemos, seus pequenos nervos não aguentaram ver aquilo. Mais tarde ela me falou que há uma maldição nela, onde sempre que ela fica nervosa começa a cantar involuntariamente, e por isso, para não atrapalhar o grupo, saiu daquele jeito, isso e o próprio medo.

Quando notou nossa presença o monstro, já foi atacando. Foi um braço para cada um de nós. Uma das garras foi na minha direção, a outra foi na do Sacerdote, e para o desafortunado do Espadachim, só sobrou a que tinha a estada. Depois do golpe, parte do corpo do espadachim que nunca deveriam ver a luz do dia, estavam expostas. O Golpe que me pegou, não foi em cheio, pois consegui colocar o meu escudo na frente, mas mesmo assim ainda senti o impacto de tal forma que chegou a machucar. O Sacerdote, praticamente voou ao ser acertado pela outra garra, mas logo se recompôs e se pôs o mais longe possível, de forma que ainda pudesse nos ajudar, com suas magias divinas.

A Tailox provavelmente tinha engolido o medo, ou pelo menos controlado, pois ela voltou a aparecer pela entrada, e já foi desenhando uma runa e jogando-a, quando a runa acertou a coisa, ela ficou toda chamuscada, mas não demonstrou muita preocupação com isso.

A Besta ia nos atacar novamente, mas agora era a minha vez, eu desviei do golpe do monstro, e me pus a acertar a mão da besta, a que tinha a espada, quando todos viram o que eu pretendia, começaram a focar seus ataques nessa parte também. O ataque que eu dei não foi tão fundo mas causou um corte razoável. Por reflexo a se movimentou de forma que um dos seus braças me acertaram em cheio, não cheguei a cair, mas fui arrastado um pouco para trás e levei o dano por completo, sentia as minhas costelas doendo muito, provavelmente foram quebradas pela pancada.

Depois de levar o golpe percebe que a Feiticeira tinha jogado outros feitiços de fogo no monstro, um dele aparentava ter errado a mão e queimado nas proximidades, já uns outro pareciam ter acertado a mão e ela não parecia que iria aguentar muito. Fora que notei que ela tinha furos por todo o corpo, o espadachim tinha se mantido ocupado também, mas nós não fomos os únicos a contra atacar, a besta havia provocado outro ferimentos principalmente no Espadachim, os outros também estavam ruins, mas ele era o pior.

A coisa, não era muito rápida, mas cada golpe que ela dava, eram letais, eu até consegui me defender da maioria dos ataques, mas ainda sofria o impacto. Os outros pareciam não ter a mesma sorte, estavam muitos ruins.

Mais golpes do monstro, dois em mim, muitos fortes, achei que não aguentaria por muito mais tempo, mas o outro golpe foi para o Espadachim, sorte que foi uma das garras, porque se fosse com a espada, acredito que ele não teria resistido.

O Espadachim estava nas últimas, e por isso ele foi para trás da coisa, na esperança de fugir do foco do monstro e continuar os ataques, mas quando deu o primeiro ataque, o monstro meio que não gostou e começou a se virar para acerta-lo dessa vez com a espada, se ele acertasse, ele teria morrido no mesmo instante.

A Feiticeira pensou muito rápido, e usou um feitiço de estática, de forma que o monstro ficou colado no chão, e graças a isso ele não alcançava mais o Espadachim. Quando ele percebeu isso, se voltou novamente para nós, já soltando um golpe em minha pessoa, como eu não estava esperando, não pude me defender, e dessa vez, quase minha vida se esvaiu.

O Sacerdote já estava ficando sem forças para continuar nos curando, especialmente o seu irmão, como ele estava ocupado com ele, não pode me curar.

Eu estava com muita dor e fraco, acho que também estava perdendo sangue, mas ainda assim pude ver o que aconteceu em seguida.

A Feiticeira, usou um feitiço elétrico na mão da coisa, a que segurava a espada, e quando o feitiço pegou, ele largou a espada, o que foi nossa salvação.

Com a espada no chão, o Espadachim já melhor, deu uma cambalhota e pegou a espada. Ele me disse depois que quando ele pegou a espada sentiu uma força elétrica subindo o seu braço, mas logo depois ela, se esvaiu novamente para a espada.

Com a espada em mão, ele deu um senhor pulo, e cortou o monstro pela lateral, dividindo o seu tronco em dois.

O Espadachim logo depois soltou a espada, eu achei que ele era um tolo por jogá-la no chão, mas ele falou que ela deu um choque e não conseguia segurá-la mais.

Todos, inclusive eu, tentamos pegar a espada, mas ninguém conseguiu, ela dava uma onda de choque muito forte. A Feiticeira notou que havia inscrições pela lâmina, e quando ela leu, descobriu que esta espada pertencia a um verdadeiro Sangue de Tirius. Enquanto ela estava olhando isso eu notei um esqueleto no fundo da sala, ele estava sem um dos braços, era o mesmo lado do que estava no corpo do Urso monstruoso. Quando eu me aproximei, notei que havia um colar com uma pedra azul como pingente. Claro que antes disso tudo o Sacerdote me curou, por que se isso não tivesse acontecido, eu não conseguiria andar muito.

Eu o retirei o colar e entreguei para a Feiticeira analisar, e ela descobriu que o colar pertencia ou mesmo do tal descendente de Tirius, foi aí que eu tive uma ideia.

Provavelmente, para segurar a Espada de Tirius, seria necessário usar também o colar. Todos um a um, usaram o colar e tentaram pegar a espada, mas ninguém conseguiu segurá-la por muito tempo, até que a pedra azul do cabo da Espada, se escureceu, deixando agora só um pontinho azulado no meio da pedra.

Quando foi a minha vez de segurar a Espada mágica, eu sente a eletricidade, mas ela se manteve de forma que não era muito incômodo, mas de algum jeito ela começou a pesar muito, aparentava ter uns 15 quilos a mais. Mas como eu sou muito forte, não foi problema carregá-la, mas eu sabia que dessa forma não teria como usá-la em uma batalha. Eu peguei uma corda e enrolei-a de forma cruzada em meu tronco, e a coloquei presa nisso.

O Espadachim deixou bem claro que esta espada seria dele, já que fora ele quem a empunhou primeiro e assim que ele conseguisse segurá-la, a pegaria de volta.

Depois de tudo acabado foi que nós fomos prestar atenção na sala. Ela era um buraco, uma caverna arredonda, e no oposto dela, havia uma pedra meio que tapando um buraco, sem pestanejar eu fui tentar tirá-la, mas ela não se moveu, mesmo depois que todos juntos tentando empurrá-la, ela não se moveu.

A Feiticeira notou então que a pedra estava lá por magia, ela era um item invocado, já que não dava para tirá-la de lá o jeito foi ela usar uma habilidade da sua espécie, chamada Visão Auditiva, por tanto para ajudá-la eu dei um soco na pedra, mas ela disse que não podia ver nada depois da pedra. O jeito foi voltar e pedir reforços.

Nós fomos voltando, todos calados, primeiro pelo corredor escavado, depois pela sala retangular, e depois novamente por um corredor, e quando chegamos a sala que tinha a porta para a biblioteca, nós encontramos dois Goblins que entravam pela sala.

Como eu estava na frente, eu fui o primeiro a ver e a falar. Falei que eles deveriam se entregar ou enfrentarem as consequências, mas no calor do momento eu acabei falando na minha língua nativa de Jubans, portanto ninguém entendeu nada.

Os Goblins se entreolharam e deram de ombros e começaram a correr. Todos nós corremos atrás, pois eles não poderiam dar notícias que nós descobrimos tudo aos aliados, a Feiticeira como sempre, foi mais rápida e desenhou sua runa de Estática e lançou em um deles, e pegou, mas o outro conseguiu fugir.

Ao interrogar o Goblin, descobrimos, que seu chefe é um tal de Ethamuriel, e que fora isso ele não sabia de nada, por mais terror que a Feiticeira fez, ela não chegou a machucá-lo. Ela disse que queria um mascote, portanto, amarrou ele enquanto eu o carreguei. Como ainda havia um lugar para verificar na caverna, nós voltamos e fomos nele, o buraco da esquerda.

Ao entrar vi um vulto enorme como um outro urso. Soltei o Goblin e já me armei, mas a Feiticeira advertiu, a mim e ao Espadachim que fizera o mesmo, que aquilo não era vivo, era como um espantalho, provavelmente para espantar as pessoas que entrassem aqui. Averiguamos atrás do espantalho e notamos que a pedra invocada estava aqui também, foi aí que a Feiticeira se tocou, e nos falou que a sala que enfrentamos o Urso Medonho ficava do outro lado da pedra.

O jeito era voltar a cidade e reportar os acontecimentos a Guarda de lá.

No meio do caminho, nós encontramos o Oficial, com os reforços que ele prometeu, e depois de reportamos, que quem estava por trás disso tudo, era um tal de Ethamuriel, ele ficou um pouco encabulado.

Ao chegar à cidade nós fomos a Guarda, para sabermos o que seria feito. O Capitão Charles falou que não teria como pagar-los, que o pagamento seria feito na Cidade de Porto Real, onde fica a Guarda Real, falou também que a missão teria uma outra revertesse, eu já aceitei, e que como não tinha pagamentos o mínimo que ele poderia fazer era, nos dar uma pousada e equipamentos.

Todos fomos ao Ferreiro indicado e nos equipamos, eu peguei apenas uma outra espada longa, e enquanto os outros foram para a pousada, eu fiquei e pedi para usar as ferramentas do Ferreiro, que deixou de bom grado, eu tirei os amassados e ajeitei outras coisinhas, no escudo e espada, o Urso era forte demais, causou bastante dano nos meus itens.

Quando tinha terminado tudo, me despedi do ferreiro e o agradeci por deixar usar seus equipamentos. E desde então estou aqui na e narrando a história, mas agora é melhor dormir um pouco pois, a manhã promete ser tão movimentado quanto hoje, já que é provável que chegue noticias do tal Ethamuriel.



Ass: Adamus Asliano

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